Com a possibilidade de prorrogar o prazo da suspensão de aulas, governo local determinou que as escolas ofereçam a modalidade de ensino a distância aos alunos. Com 196 casos confirmados da Covid-19, GDF vai alugar 20 leitos de UTI.
À medida que cresce o número de casos confirmados de pacientes com coronavírus no Distrito Federal, aumentam também as incertezas a respeito da volta à normalidade e à rotina. Com as portas fechadas desde 16 de março, as escolas do Distrito Federal se preparam para voltar às aulas por meio do ensino a distância (EaD). A medida vale caso o prazo para o fim da suspensão (previsto para 4 de abril) se estenda.
Neste cenário, a partir de 6 de abril, alunos das redes pública e privada de ensino devem dar continuidade ao ano letivo. No caso das escolas públicas, a decisão vale, a priori, apenas para os 80 mil estudantes do Ensino Médio. O cronograma passa depois aos anos finais do Ensino Fundamental, e, por último, aos anos iniciais. No entanto, ainda não há data para o início dessas etapas.
Segundo a Secretaria de Educação, os jovens terão acesso ao conteúdo pela plataforma on-line Moodle. Para tanto, é necessário usar um computador ou smartphone com Internet. Para acessar as aulas, que terão vídeos e conteúdos interativos, é preciso login e senha. O órgão está treinando professores e coordenadores para a utilização pedagógica da ferramenta. Primeiramente, quatro mil professores do Ensino Médio farão o curso.
De acordo com a pasta, cerca de 90% dos estudantes da rede pública de ensino têm acesso à internet por celular. Para atingir todos os alunos, a Secretaria de Educação articula com operadoras de planos de dados o oferecimento de pacotes aos demais. Em nota oficial, o órgão disse que está dialogando com emissoras de TV e rádio para viabilizar a disponibilização dos conteúdos nesses veículos. “Podcasts também poderão ser utilizados”, afirma o texto.
O Sindicato dos Professores no Distrito Federal (Sinpro-DF) criticou a determinação. Em um comunicado oficial assinado pelo diretor Samuel Fernandes, ele afirma que o ensino a distância é inadequado para crianças e adolescentes. “A EaD cumpre um papel específico no processo educativo, porém não supre a necessidade de situações de aprendizagem dos estudantes da educação básica no que se refere as aulas presenciais”.
Na visão do diretor do sindicato, teleaulas não podem substituir os encontros presenciais, principalmente na educação básica. “Ao divulgar que irá prover de Internet gratuita os estudantes do DF que não possuem esse serviço em casa, ou oferecer teleaula por canal aberto de TV numa cidade em que 90% da população tem televisão, o GDF busca se desvencilhar das críticas sobre o fornecimento de EaD para crianças e adolescentes”, alfineta.
No caso da rede particular, algumas escolas já estão adotando a modalidade. Rodrigo de Paula, diretor do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep-DF), explica que mais da metade das 600 escolas privadas já se preparavam para oferecer aulas on-line. “A gente lamenta a situação, porque é um problema de saúde, mas não tem alternativa”.
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