
Mesmo após as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a adoção de medidas de isolamento no Distrito Federal até, pelo menos, 31 de maio, a população insiste em sair de casa. Ontem, o jornal percorreu cidades do DF e flagrou centenas de pessoas sem máscaras e aglomeradas, mesmo em situações não consideradas essenciais. O cenário se estende desde a área central de Brasília até regiões como Águas Claras, Ceilândia e Samambaia.
Na Rodoviária do Plano Piloto, cerca de 10 ambulantes vendiam produtos expostos no chão da Plataforma Superior. Vendedores de chips de celular também se amontoavam nas escadas do terminal e abordavam quem passasse. Alguns ônibus chegavam lotados, com passageiros em pé, como um da linha 0.166, que faz o trajeto Cruzeiro—L2 Sul.
Em Águas Claras e Taguatinga, havia paradas de ônibus lotadas. E congestionamento na via que leva a Ceilândia e a Samambaia. Para o psicólogo social e professor da Universidade de Brasília (UnB) Wanderley Codo, a desatenção para ao isolamento social se deve, principalmente, às oscilações dos governantes. “A população acaba se espelhando nos líderes. Com certeza, como consequência, teremos problemas extremamente graves de saúde pública, se mantivermos essa ambiguidade. Precisa-se de uma postura firme por parte das autoridades”, cobrou.
Ainda que circulação continue grande no DF, a capital ocupa o primeiro lugar em um ranking da empresa nacional de tecnologia In Loco. No último balanço, divulgado na segunda-feira, o índice de isolamento do DF chegou a 55,9% (veja Estimativas). Os números levam em conta um banco de dados com informações de cerca de 60 milhões de brasileiros, coletadas por aplicativos de celulares parceiros da companhia.
Críticas
Manifestações pela flexibilização das medidas de isolamento ficaram mais frequentes no DF. Na semana passada, feirantes fizeram uma carreata na Esplanada dos Ministérios para pedir a reabertura do comércio . Três dias depois, na mesma data em que a categoria voltou a protestar na área central de Brasília, uma mulher percorreu Águas Claras em um carro de som para incentivar a saída das residências.
Mas o contrário também acontece. Carros de som e caminhões do Corpo de Bombeiros passam por locais como Águas Claras, Octogonal, Riacho Fundo, Sudoeste, Taguatinga e Samambaia alertando a população sobre os riscos. Além disso, a DF Legal e a Polícia Militar atuam em parceria e orientam os brasilienses sobre o perigo das aglomerações.
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